O que é a cultura

Saturday, November 03, 2007

Destaque: Tiago Nené



No dia 8 de Novembro será feito apresentação além fronteiras (Huelva) do livro de Tiago Nené: Versos Nús, lançado em Outubro de 2007. No mesmo dia estará na RTP 2.
O programa exposto no site do Autor, assim como mais informações sobre este poeta podem ser vistos neste endereço e de onde destaco o recorte que a seguir transcrevo.
A não perder!

Eventos futuros:

8 de Novembro: Apresentação de Versos Nus em Huelva, Espanha

8 de Novembro: entrevista na RTP2, programa E2. (link)

24 de Novembro (16 horas): Apresentação de Versos Nus na Fnac do Algarve Shopping


Charlie

Wednesday, July 14, 2004

Santana e a política cultural

Santana Lopes, enquanto ligado á secretaria de estado da cultura, foi caracterizado como sendo um politico, que soube contentar as clientelas. Como diz Pacheco Pereira, ao distribuir benesses, favores e dinheiro a uns terá deixado outros de fora, e esses naturalmente, entraram em protesto e colisão com toda a politica cultural seguida. Onde é que Pacheco Pereira está errado? Em nada, ou melhor no que deixa transaparecer nas entrelinhas. A leitura que ele faz do fenómeno Santanista enquanto elemento determinante na politica cultural, é a do fatalísmo irremediável. Tudo se passará mais ou menos do mesmo modo, com todos os governos, com mais ou menos visibilidade. Um ministro mais visivel e mediático produzirá mais efeito na opinião pública, e um individuo discreto entrará mudo saindo depois bem calado. O fim é sempre o mesmo: esbanjamento de recursos e a instalação da subsidio-dependência. E resume Pacheco Pereira toda a politica cultural ao marasmo redutor da mediocridade e conluio. Todos os incompetentes que não sabem como fazer um exito dum concerto ou duma peça de teatro, recorrem ao subsídio, e o Estado desperdiça dinheiro em lixo! Como exercício de retórica não deixa de ser perfeito, e os argumentos do Pacheco tendem sempre para a perfeição. São redondos e autosustentam-se. A falha porém descobre-se na simples observação histórica do fenómeno artistico. Quase todas as grandes obras de arte foram subsidiadas. Nem seriam tão grandiosas se não o fossem. Os artistas são de modo geral gentes de parcos meios. A sua grandeza é de outro nível! Os Medicis não seriam reconhecidos se nao fosse o enorme impulso que eles deram ao avanço da arte. E as duas vertentes completaram-se: Meios finançeiros e génio deixaram um legado para a Humanidade. Por isso não é liquido dizer que os subsidios sejam desperdícios de recursos. Poderão se-lo de facto, mas poderão constituir uma alavanca que ajude á afirmação pela criatividade e experimentalísmo, pelo génio e pela exclusividade. Não me sai da memória o recente caso de António Domingos, Génio mundial do Piano ajudado por Duarte Lima e colocado depois de alguma estupefacção no lugar que ele merece entre os seus pares. Meses a fio treinava piano numa mesa, ensaiando um vez por semana num velho instrumento, por favor e no meio de barulhos e marteladas! O Estado não cumpriu com António Domingos, nem com outros tantos Antónios Domingos, ignorados e anónimos que mereciam um Mecenas. Porque é essa a missão do Estado. Não esbanjar recursos. Não contentar a fileira de boys, mas fazer com que todos aqueles que queriam e possam ..."por obras valorosas da lei da morte...libertar-se"